Neste sábado (19 de junho) em que fomos "expulsos" de casa resolvemos ir tomar um "café amarelo com gelo" ao
nosso sítio do costume.
Prontos para a aventura, resolvemos visitar o
Solar da Silveira, local que desconhecíamos por completo. Ao chegarmos ao GZ a surpresa foi total pois não esperávamos encontrar um solar desta dimensão "perdido", esquecido (ou não) e quase engolido pela natureza lá ao fundo. Para nossa surpresa descobrimos, ao chegar a casa e numa breve pesquisa, que há a promessa para que este solar seja recuperado. Assim o esperamos.
Este solar possui uma planta em L, composta por corpo principal e uma dependência adossada a S, adaptando-se ao desnível do terreno. Volumes escalonados com coberturas diferenciadas em telhados a quatro águas no corpo principal, ( actualmente inexistente ) e três no anexo, sendo este de telha marselha, rematados por beiral triplo. Fachada principal, virada a N., que confina com a vereda, de dois pisos sobressaindo portal de cantaria cinzenta rija, em verga recta, com cornija e com a inscrição 1785, ladeada de duas janelas dispostas simetricamente, ao nível do primeiro piso, e três janelas no segundo, todas de moldura simples. Fachada E. com corpo principal, percorrido no primeiro piso por quatro portas de espessas molduras em cantaria vermelha dando acesso ao lagar e a outras dependências destinadas às alfaias agrícolas e o produto das colheitas; na parede são visíveis seis argolas que serviam outrora para amarrar os cavalos. No segundo piso, abrem-se seis janelas emolduradas em cantaria vermelha. Corpo adossado com porta no primeiro piso e janela no segundo.
No interior, vestígios da calçada de calhau rolado no pátio e da escadaria em cantaria que dava acesso ao segundo piso.
Enquadra-se numa paisagem rural, implantada num vale entre Ponta Delgada e o Arco de São Jorge, à saída do túnel que liga as freguesias de Boaventura e Arco de São Jorge; ergue-se a meia encosta, enquadrada numa paisagem agrícola, junto ao caminho municipal, destacando-se pela sua volumetria.
A construção inicial data de 1783 e foi mandada edificar pela família Lícios de Lagos (que possuía terras vinculadas na freguesia da Boaventura, não tendo sido, no entanto, habitação permanente da família); Séc. 19 - consta que aqui residiu temporariamente Antero de Quental, aquando da sua visita à sua tia D. Isabel de Quental, e aqui escreveu poemas lançados ao vento; Séc 20 - alterações.