quarta-feira, maio 20, 2009

A prova de a aferição de Língua Portuguesa de 2009



Na tentativa de melhorar os resultados escolares e assim sairmos da cauda do aproveitamento escolar europeu, o Governo Português e o seu Ministério da Educação promovem o facilitismo na prova de aferição da lingua materna.
País de grandes e épicos escritores, Portugal sempre habituou as suas crias a literaturas de imensa categoria e que sempre dignificaram o bom nome deste, cada vez menos civilizado, cantinho à beira mar cuspido.
Assim sendo, espumam pela esquelética boca Camões e Pessoa enquanto o Nobel Saramago arranca os seus últimos cabelos quando vêem o caminho que os nossos jovens começam a percorrer.
A Língua Portuguesa, que tanto me fascina, está a ser violentada por este “novo método de avaliação”. Não pensem que estou contra as provas de aferição, muito pelo contrário, considero que sejam óptimas preparações para o futuros dos alunos, mas não nestes moldes.
Nunca na vida me hão-de convencer que uma que uma prova de Língua Portuguesa sem perguntas de interpretação escritas e que assenta no modelo americano (teste de cruzinhas) é o ideal para avaliar os conhecimentos dos alunos nesta disciplina.
A correcção destas provas também é algo dificil de se compreender. Durante a produção do texto escrito, se um aluno cometer nove erros escritos numa frase com dez palavras, poderá ter a cotação máxima atribuida à construção frásica desde que a frase tenha sentido.
Classificando todo este cambalacho numa só palavra: RIDÍCULO.
Uma aluno do 4º ano colocou-me uma questão pertinete: “Professor, sabe por que razão a prova era tão fácil?” Eu, intrigado, respondi que não e perguntei porquê? Responde-me a criança de nove anos: “Porque o Sócrates precisa de votos”.