terça-feira, novembro 01, 2005


A Queda Humilhante de um MITO

Certamente que todos se lembram de programas recheados de humor tais como Tal Canal, Hermanias, o Casino Royal, a Herman Enciclopédia, os programas de fim-de-ano, etc, e o Tony Silva, o José Estebes, a Marilú, o Serafim Saudade, o Mário Cortes, o Diácono Remédios (dos originais, não dos avacalhados), o Artista Bastos, entre outros.
Pois bem, tudo isto acabou e o verdadeiro humor foi substituido por um punhado de graçolas com meia duzia de asneiras à mistura que fazem o delírio de uma população que continua a rir-se de tudo o que seja a desgraça dos outros.
O que se passa com Herman José?
Eu era fã incondicional de Herman José. Eram tempos gloriosos aqueles os da RTP1. As séries atrás inumeradas e as suas fantabulásticas personagens deixavam-me cololado ao ecran.
Mas agora tudo o que tem a ver com Herman José funciona em mim como um repelente que me afasta cada vez mais da televisão.
O humor foi substituido pelo mau gosto, por banalidades, por brajeirices, pelo baixo nivel e pela extrema pareceça fisica com o Roberto Leal.
Herman José possuia uma subtileza cómica ao alcance de poucos. Agora, foi-se a subtileza e tudo é feito a nú (literalmente falando), desde Barbies siliconizadas seminuas a gays musculados que usam as famosa botas carrinho-de-choque.
Manuel Tavares em entrevista a "O Regional" diz e muito bem: "Em programa que a SIC resolveu cancelar, pontificava Herman José - sendo agora desejável que a SIC continue a sua operação de higiene interior e, em consequência dispense o Herman José que ao domingo à noite lhe usa o écran para se mostrar como espécie cada vez menos desejável".
Será que a sua saída não vai desgostar o público, tão habituado a porcarias?
A ver vamos.
O formato do programa Herman Sic é extremamente simple:
1- começa sempre com o apresentador a cantar uma música extrangeira para dar ar de mais inteligente que os convidados e espectadores;
2- depois chegam alguns convidados (quase sempre amigos intimos do apresentador) que vem apresentar novos discos, novas peças teatrais, novos filmes, novos livros etc... , a quem são dados não mais do que cinco a dez minutos para falar dos seus trabalhos. Entretanto, o apresentador, consoante o convidado(s) ou o(s) arrasa com criticas mesquinhas e de muito mau gosto ou o(s) põe nos pincaros com graxa de primeira;
3- Entram as Barbies e os gays carregando a letra de uma musica em alemão que ninguém percebe mas no entanto todos cantam e batem palmas quais palhaços, quais marionetas acéfalas;
4- Entra os Sketches com os actores residentes (unico momento de valor naquele programa);
5- Entram os pobres coitados ( Lindas Reis, Cus Duros, Alexandrinos etc..) que aceitam ser enxovalhados, vá-se lá saber a troco de quê;
6- Canta-se o És tão boa e vão todos embora.
Simples não é?

Herman, meu caro, é hora. Ou te tornas novamente naquilo que foste, ou então a reforma é sempre uma boa hipótese.